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Brown Eyes (Artane Inarde)

Today I glanced inside your eyes
Closely, for the very first time
And I saw the sunset calling me
Behind your deep sweet shyness

Today I looked inside of you
Closely, like I never did before
And you inspired me again…

Today I wanted you, brown eyes
In an unsubtle, unashamed manner
And for no more than a second
I got absolutely lost and you knew it

Today my voice confessed to you
Closely, but without any words
I wanna dive inside your soft skin
And murder all your innocence
Relentlessly…
Until the ‘brown’ became fire

Sedento (Artane Inarde)

Hoje eu quero de novo
O quanto você me queria
Sedento…
Faminto…
De me ter, me devorar
Precisando desesperadamente
Me tocar
Hoje eu quero de novo
Ser teu alimento, tua água
Teu desejo infinito e ardente…
Tudo isso ainda mora nos teus olhos
Eu posso ver
Hoje eu quero de novo
O quanto você me queria

Inquietudes (Artane Inarde)

Às vezes acho que tenho
Um companheiro de vida,
Mas não um amante, e me ressinto…
Será que isso é justo?
E me pergunto se eu poderia
Fazer melhor
Ser mais doce ou disponível
Ou mais distante, talvez
Às vezes acho que tenho
Um melhor amigo, uma alma gêmea,
Mas não um amante, e me ressinto…
Será que isso é justo?
E me pergunto se eu poderia
Fazer melhor
Ser menos amiga,
Menos companheira, mãe,
Ser mais mulher,
Mais amante, mais erótica,
Mais carnal
Como calar a inquietudes
De uma alma sedenta
E um corpo feroz?
Será que isso é justo?

Específica (Artane Inarde)

Acho que nós somos,
querido conhecido – BFF
‘Pessoa muito específica’…
Incrivelmente opostos
Na minha amplidão –
Inespecífica que sou
Todas as sementes
Florescem…
Na acidentada superfície
De meu coração
Mas entre os ramos
As flores, os arbustos
Alguns perecerão
Só os grãos certos
Ao final da estação
Terão criado raízes
Mas o importante é
Ser terra sempre fértil
Por isso sou grão intruso
Erva daninha, mato alto
O solo generoso e aberto
A flor teimosa do deserto

Flor de caju (Artane Inarde)

Se você fosse minha
Não haveria um dia sequer
Em que eu não tivesse
que ter você…
Se você fosse minha
Não passaria um segundo sem que
Eu tivesse que saciar o meu imenso
Desejo de você, flor de caju, de
Beijar a sua boca, doce pitanga,
De passear nas suas dunas morenas…
De sentir o arrepio da tua pele,
De puxar deliciosamente os seus cabelos
Se você fosse minha
Não teria um dia sequer em que
Eu não tivesse
Que ouvir os sons,
Os silêncios, os gritos e os sussurros
Do teu prazer…
Ah, se você fosse minha

Proibido (Artane Inarde)

Você é proibido para mim
Por todas as regras que conheço
Sei disso na mente, na lógica, na razão…
Mas não posso conter
Esse músculo teimoso
Que é o coração

Você é proibido para mim
Ilegal, imoral, inconstitucional
Mas basta te olhar desprevenido
E fico ilicitamente louca

Você é proibido para mim
E não tem brecha na lei
Nem cláusula dissimulada
Mas ouço a tua voz
Voz com cheiro de homem
E me transformo em chuva…

Som da Noite (Artane Inarde)

É um tormento e um sonho
Ouvir aquela canção
Linda, linda, linda, poesia

De repente, sinto-me
bêbada no seu colo
Novamente
Olhos fechados
Nós dois, uma só parte
Do infinito

E, por alguns instantes,
Ouço de novo
O ritmo do seu coração
Batendo com o som
Da noite…

Ipê Rosa (Artane Inarde)

Fim de tarde no campo
As luzes do crepúsculo se anunciam
O laranja dourado, o azul e o preto
No horizonte se misturam
Tesourinhas e outros pássaros
Vem nos visitar
Lá em baixo no campinho
Todos os homens da casa a jogar
Um perfume ‘insurdecedor’ de café e
Pão de queijo toma conta da casa
Agora os grilos já começam a cantar
Perco-me no sol a se pôr…
Sobre a mesa da cozinha
As laranjas-capeta colhidas no quintal
Folhas secas pelo chão, o verde da serra
E o ipê rosa com suas flores
A beleza enche o dia…
Ah! Se poeta eu fosse
Escreveria uma poesia
Ah! Se eu pudesse pintar
Todas as cores desse fim de tarde
Não caberiam numa tela imensa…

Sonho pequenino (Artane Inarde)

Você veio de repente, sem avisar
Eu não estava esperando te esperar
Pequena semente de vida
Trouxe-me medo e preocupação
Mas me encheu de esperança, amor, alegria
Por cinco semanas e seis dias…
Foi uma dor imensa vê-lo partir…
Minha pequena ervilha
Meu pedacinho de mim
Foi uma dor imensa vê-lo partir
Numa manhã triste de domingo
E remédio nenhum pode aplacar…
Meu coração quebrado, partido e curetado
Adeus meu sonho pequenino